terça-feira, 12 de junho de 2012

CORAÇÃO ABERTO FEITO FERIDA


Coração aberto feito ferida,
Vida árida feito deserto...
Vida árdua, coração aberto.
Pior que deserto: vida sem vida,
Sem mar de amar, vida indevida
Devido a uma flor desabrochando:
Meu cruento coração sangrando,
Transbordando pela porta do olhar
O amor em pranto que vai molhar
O deserto pelo qual estou passando.

Na insólita profundeza do “segredo”,
Tenho um temível preço a pagar,
Pois não posso pegar nem apagar
As pegadas do amor e do medo;
Do amor, que era apenas “arremedo”
E do medo de que não fosse amor.
O meu amor tornou-se desamor,
Deixando-me, desse amor, excluído
E o meu medo é que foi incluído
No moído desse eterno clamor.

Autor: Abel Alves
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