quinta-feira, 31 de maio de 2012

A MISSA


Numa investida terrorista
Concernente à política,
A situação esteve crítica
Na cidade de Paulista.
Quem não fosse pacifista,
Na qualidade de assassino,
Ouvia o toque do sino
Alertando a súcia vigarista.

Nesta cidade paraibana
Era grande o cataclismo
Por causa do terrorismo
Numa celebração profana.
Pois, de onde se emana
Tanto ódio, tanto terror
Só pode ser do interior
Da alma da pessoa humana.

O assassino da esperança
É que fez a celebração,
Incentivando a população
A iniciar logo a matança
A missa era como uma dança,
A dança mortal do sacrifício,
Embalada pela “nóia” do “vício”
Da mais sádica liderança.

Esse “padre” trapaceiro
Chamou a ralé submissa
Para celebrar a missa
Dizendo ser “bom cordeiro”
Mas, o verme politiqueiro,
Ainda há quem o consagre,
Sendo ele um cabeça de bagre,
Um diabólico mensageiro.

Todos queriam defender
O pároco do município,
Sendo que em princípio
Não havia o que se perder.
As pessoas iriam render
Homenagem à proposta
Que estava sendo imposta
Pelo trapincola do poder.

No clímax de tal faceta,
Toda gente estava armada
Com foice, pá e enxada,
Faca, facão e picareta.
Preparava-se com escopeta,
Com pau, pedra e chibanca
E até com uma alavanca
Escondida dentro da jaqueta.

Na hora da eucaristia,
De receber o “Cristo Consagrado”,
Todo mundo estava armado
Por trás da sacristia.
No pároco se refletia
A luz de outro cangaceiro:
Padre Cícero de Juazeiro,
E a mesma cena se repetia.

Se não fosse a “mão divina”
Para nos ter socorrido,
Sei que teria acontecido
A mais hedionda chacina.
E aquela carnificina
Fazia parte da maldade
Do politiqueiro da cidade
Escondido por trás duma batina.

Pai nosso que estava no céu,
Escarnecido era o seu nome
Que viria a nós e então some
Só por causa do escarcéu.
E se a igreja rasga o véu
Da tranquilidade serena,
O povo alienado se condena
Sendo juiz, carrasco e réu.

O esquema estava preparado.
A igreja era o triste cenário
Onde o vigarista sanguinário
Viria o sangue ser derramado.
Mas, acabou sendo julgado
Por sua ganância extrema.
E, para se resolver o problema,
Foi, pelo povo, derrotado.

Autor: Abel Alves

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