quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A HONRA E A TRADIÇÃO DA PROFISSÃO


“Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade. Darei como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão. Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade. A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação. Respeitarei os segredos a mim confiados. Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica. Meus colegas serão meus irmãos. Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes. Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza. Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra”.
Sob o mantra do Juramento que fizera ao formar-se em Medicina na década de 1970, o médico cirurgião, Dr. Hipócrates Esculápio, depois de ser chamado, entrou com muita pressa no Hospital Filantrópico “Casa da Providência”, na cidade de Petrópolis/RJ para proceder a uma cirurgia de urgência em um adolescente vítima de atropelamento. Dr. Hipócrates Esculápio respondeu ao chamado do hospital o mais rápido possível, mesmo sem ser o dia de seu plantão. Ele trocou de roupa imediatamente e foi direto para o centro cirúrgico.
Dr. Hipócrates Esculápio encontrou o pai do adolescente acidentado indo e vindo na sala de espera do médico. Depois de vê-lo, o pai gritou:
- Por que você levou todo esse tempo para vir? Você não sabe que a vida do meu filho está em perigo? Você não tem senso de responsabilidade?
Dr. Hipócrates Esculápio sorriu e disse:
- Lamento muito! Eu não estava no hospital, não é meu plantão, mas, mesmo assim, eu vim o mais rápido que pude depois de receber a ligação do hospital. E, agora, eu gostaria que você se acalmasse para que eu possa fazer meu trabalho.
- Acalmasse? Se fosse seu filho que estivesse nesta sala agora, você iria se acalmar? Se o seu próprio filho morresse agora, o que você iria fazer?
Dr. Hipócrates Esculápio sorriu novamente e respondeu:
- Eu vou dizer o que disse Jó na Bíblia Sagrada: “Do pó viemos e ao pó voltaremos. Bendito seja o nome de Deus”. Todavia, os médicos não podem prolongar a vida. Agora, vá e interceda por seu filho porque iremos fazer o nosso melhor pela graça de Deus.
- Dar conselhos é fácil.
A cirurgia levou algumas horas e, em seguida, Dr. Hipócrates Esculápio saiu muito feliz devido ao dever cumprido.
- Graças a Deus! Seu filho está salvo!
E, sem esperar a resposta do pai, Dr. Hipócrates Esculápio saiu correndo e chamando a atenção do pai do adolescente:
- Se você tem alguma dúvida, pergunte para a enfermeira!
Nesse momento, sem entender absolutamente nada do que acontecia, o pai do adolescente interpelou os enfermeiros minutos depois que Dr. Hipócrates saiu:
- Por que ele é tão arrogante? Ele não podia esperar alguns minutos para que eu pudesse perguntar sobre o estado de saúde do meu filho?
Com lágrimas descendo em seu rosto, a enfermeira Josefa Guedes de Oliveira respondeu:
- O seu filho único morreu ontem pela manhã num acidente de avião e Dr. Hipócrates Esculápio estava justamente participando do enterro quando o hospital o chamou para fazer a cirurgia do teu filho. E agora que ele salvou a vida do teu filho, Dr. Hipócrates Esculápio saiu correndo para terminar o enterro do filho dele.
Vivemos numa sociedade onde é mais fácil rotular as pessoas do que tentar compreendê-las.

Autor: Abel Alves
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