De um sonho interrompido
Por eu somente ter sido
Um “pária” marginalizado.
Sempre estive aprisionado
Pelas grades do preconceito,
Sem exercer o meu direito
De um dia ser libertado.
Sou premente e odiado
Pela cúpula da homília,
Extirpado da família
Em seu trâmite sagrado.
Sou perseguido e injustiçado
Por causa do meu protesto.
Eu sou um prócer indigesto
Ao esquema acomodado.
Eu sou mal interpretado
Por quem não me conhece.
Esta gentalha não merece
Ter-me como seu aliado.
É um povo despreparado,
Sem cultura e inteligência,
Desprovido de consciência,
Como fantoche, manipulado.
Sou um ser tão humilhado.
Por isto, não sei se sei ser
O ser que eu quero ser
Sendo um ser escravizado.
Em parte, eu sou culpado
Por, ainda, eu permitir
Que alguém venha denegrir
Meu caráter imaculado.
Eu procuro ao meu lado
E não vejo meus amigos.
Somente os meus inimigos,
Que me deixam amargurado.
Eu não tenho concordado
Com todo este abuso.
Por isto, eu me recuso
A ser um ser banalizado.
Eu exijo ser respeitado
E não ser um ser temido.
Como se fosse um bandido,
Mas como um cidadão honrado.
Luto para ser considerado
Como sou: um ser pensante
E como parte integrante
De um mundo humanizado.
Autor:
Abel Alves
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