É
preciso ter muita prudência
Para
enfrentar a “inesperada”
E
sempre fazer-lhe reverência
Quando
a coisa der errada
Pois,
com a sua insistência,
A
morte vem sem dizer nada.
E
não há culpabilidade
Em relação a esta etapa,
Nem
truques de habilidade
De
se apelar para o “papa”
Porque
só há uma realidade:
Da
morte ninguém escapa...
Oh,
a culpa não foi minha
De
o jumento ter morrido.
Ainda
mais que eu tinha
Acostumado
com o seu gemido
E,
à hora em que eu vinha,
O
mundo estava escurecido.
Agora
tudo é sofrimento
Naquela
terra esquecida
Por
causa da morte do jumento,
Uma
morte tão sofrida
E
maior será o meu lamento
Por
toda a minha vida.
O
seu destino foi traçado,
Conforme
o que a história diz:
Sacrifício
do animal “sagrado”.
Mas
que destino infeliz,
Acabar
morrendo enganchado
Em
uma grossa raiz.
O
meu maior castigo
Que
agora vou revelar
E
estará sempre comigo
Já
que não posso mudar
É
a morte desse amigo
Que
eu não pude evitar.
Tanta
água que ele carregava
Mostrando
que era forte
A
gente só não contava
Com
tanta falta de sorte
A
corda que lhe amarrava
Iria
trazer-lhe a morte.
E
essa tristeza que deságua
Em
torno do meu ser
Só
aumenta a minha mágoa.
Como
é que vou viver,
Sem
ter uma gota d’água
Para
que eu possa beber?
Autor:
Abel Alves
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