quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

FECHAMENTO DAS COMPORTAS DO AÇUDE COREMAS/MÃE D’ÁGUA CAUSA COLAPSO NO ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE PAULISTA E REGIÃO



O fechamento das comportas do Açude de Coremas/Mãe D’Água, no Sertão do Estado, distante 390 quilômetros da Capital, João Pessoa, está atemorizando moradores das cidades que são abastecidas pelo Rio Piranhas, como Paulista, Pombal, Catolé do Rocha e São Bento.
A possibilidade de haver um colapso no abastecimento de água dessas cidades está causando sofrimento às populações que temem pelo desabastecimento.
O nível do Rio Piranhas diminuiu muito após a determinação da Agência Nacional das Águas (ANA) de reduzir a vazão das águas no Açude Coremas/Mãe D’Água para evitar que o nível do manancial, que já está abaixo de 30% (trinta por cento), diminua mais ainda e comprometa o abastecimento de cidades do Sertão.
O diretor da Regional do Rio do Peixe, com sede no município de Sousa, Francisco Veras Pinto, tranquilizou a população para a possibilidade de um colapso. “Por enquanto, o nível do Rio Piranhas ainda está dando condições de abastecer essas cidades”, garantiu.
Francisco Veras, no entanto, alertou para a possibilidade disso vir a ocorrer, mas somente no caso das comportas serem fechadas mais do que já estão. “Há essa possibilidade de colapso, mas somente se a vazão das águas do Açude de Coremas/Mãe D’Água forem diminuídas mais ainda”.
Açudes secam e cidades recorrem a cacimbões
Pelo menos três cidades da regional de Sousa estão sendo abastecidas graças a cacimbões e poços artesianos que foram construídos nos açudes que estão completamente secos.
A situação é vivida em Lastro, Mato Grosso e Lagoa. Esse foi o único meio encontrado pela Cagepa para continuar abastecendo a população dessas cidades. “É um paliativo que encontramos para suprir a necessidade da população desses municípios. No entanto, a solução é temporária porque depende do volume dos lençóis freáticos e eles podem acabar a qualquer momento” disse Francisco Veras.
Colapso
Das 27 cidades da regional do Rio do Peixe, Nazarezinho, a 470 quilômetros da Capital, João Pessoa, é o município em que o abastecimento já está em colapso. O Açude Engenheiros Ávidos, em Cajazeiras, a 468 quilômetros de João Pessoa, teve que fechar as comportas por conta do baixo nível do Açude que está com apenas 11% de sua capacidade.
Com isso, o Rio Piranhas, na altura da cidade de Nazarezinho, secou completamente e a cidade que tem cerca de 7 mil habitantes está sendo abastecida somente por caminhões-pipas.
A MORTE DO JUMENTO

É preciso ter muita prudência
Para enfrentar a “inesperada”
E sempre fazer-lhe reverência
Quando a coisa der errada
Pois, com a sua insistência,
A morte vem sem dizer nada.

E não há culpabilidade
Em relação a esta etapa,   
Nem truques de habilidade
De se apelar para o “papa”
Porque só há uma realidade:
Da morte ninguém escapa...

Oh, a culpa não foi minha
De o jumento ter morrido.
Ainda mais que eu tinha
Acostumado com o seu gemido
E, à hora em que eu vinha,
O mundo estava escurecido.

Agora tudo é sofrimento
Naquela terra esquecida
Por causa da morte do jumento,
Uma morte tão sofrida
E maior será o meu lamento
Por toda a minha vida.

O seu destino foi traçado,
Conforme o que a história diz:
Sacrifício do animal “sagrado”.
Mas que destino infeliz,
Acabar morrendo enganchado
Em uma grossa raiz.

O meu maior castigo
Que agora vou revelar
E estará sempre comigo
Já que não posso mudar
É a morte desse amigo
Que eu não pude evitar.

Tanta água que ele carregava
Mostrando que era forte
A gente só não contava
Com tanta falta de sorte
A corda que lhe amarrava
Iria trazer-lhe a morte.

E essa tristeza que deságua
Em torno do meu ser
Só aumenta a minha mágoa.
Como é que vou viver,
Sem ter uma gota d’água
Para que eu possa beber?

Autor: Abel Alves

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