Se nem tudo eram flores
No auge do que sentíamos,
De tanto amar, já sabíamos
Do prazer: início das dores.
O amor, que não é dois amores,
Na dor, no prazer e no carinho
É apenas um amor sozinho
No universo do desconhecido
E, sendo ou não correspondido,
Trilho, chorando, o meu caminho.
Sei que ela não vem chorar comigo
Este meu choro sem mágoa
E, com os olhos rasos d’água,
Tento falar, mas não consigo.
Que não há brigas no abrigo
Do coração, que espera receber,
Se for possível conceber,
O amor, o amar e o namoro
No consolar do meu choro,
O sabor e o saber...
O sabor do choro me revela
O que todo o mundo já sabe
Que numa vida só não cabe
O amor que eu sinto por ela.
Contribuo com minha parcela
De enaltecer o sentimento
E saborear, a cada momento,
As lágrimas de sinceridade
Tão distantes da vulgaridade
Que dispensam seu julgamento.
Autor: Abel Alves
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