Aqui, Meu canto para ser um pouco do que eu sou.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
A MORTE
Nascer é uma eventualidade,
Crescer é um desperdício,
Viver é um sacrifício
E morrer é uma realidade.
Quem me livrará da agonia
De viver a vida terrena?
Eu almejo a morte serena
Com exuberante anodinia.
Para que é que se vive,
Senão, apenas, para morrer?
Só a morte pode socorrer
A vida em seu declive.
Eu acho a morte tão linda!
Esteja eu como estiver,
Venha a morte como vier
Ela será sempre bem-vinda!
O meu último sopro de vida
É algo que eu contemplo
Como sendo o maior exemplo
Da meiga morte difundida.
Considero a morte tão justa
E, pelo que se possa parecer,
Injusta é a maneira de viver
Sem saber o que a vida custa.
A morte, que me dará vez
E voz, em meu túmulo,
Negá-la seria um cúmulo
Nesta minha vida tão soez.
Apologia à morte natural
É o tirocínio do mistério
No epitáfio do crimatério
Com epítome do funeral.
A morte é só uma passagem
Deste plano para o além.
Na minha vez, irei também
Fazer a mais bela viagem.
E na exéquias funerária,
Eu ficarei intimorato
Perante o gesto intinerato
Da minha morte humanitária.
Ao final da minha existência,
No meu encontro inevitável
Com minha morte adorável,
Eu não quero condolência.
Apenas aceitarei os parabéns
De quem não tiver morrido
E continuar sendo mantido
No mundo mortal dos reféns...
Autor: Abel Alves
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