quarta-feira, 4 de julho de 2012

AOS VIVOS TUDO FALTA, AOS MORTOS TUDO SOBRA

É difícil dizer o que é verdade, mas, às vezes, é fácil identificar a mentira. Neste sentido, o que é dito sem fundamentos pode ser negado sem fundamentos, pois palavras não deixam rastro.
Em relação ao que aconteceu ou deixou de acontecer no Hospital Emerentina Dantas na quarta-feira, dia 20/06/2012, quando, supostamente, por volta das 19:00h, o médico plantonista, Dr. Guilherme Vieira de Almeida, filho do também médico e ex-prefeito de Paulista Dr. Abinete Vieira de Almeida, negou-se a atender a paciente Maria de Fátima Silva, é prudente analisar com parcimônia, justamente, devido a ser um ano eleitoral e a rivalidade política em nosso município tomar proporções que beiram o absurdo.
Em se tratando de política partidária, de rivalidade e de perseguição política ou, simplesmente, dos maus servidores públicos e do mau atendimento aos pacientes pelo Sistema Único de Saúde, também tenho algo a dizer concernente ao Hospital Emerentina Dantas. Para se ter uma ideia do que acoimo, certa feita, eu me encontrava muito doente, debilitado fisicamente, com sintomas de dengue e rubéola, ao mesmo tempo.  Assim sendo, resolvi fazer uma consulta médica no Hospital e Maternidade Emerentina Dantas, o que não deveria ter feito, pois, uma enfermeira, ainda minha prima, que estava de joelhos no oratório, espancou-me o quanto pode, dizendo-me que “era para eu morrer sem atendimento médico, pois eu era inimigo político do Padre Solon e os inimigos do padre político eram para serem mortos ou morrerem à míngua”.
No regulo das agressões, fui prestar queixa do ocorrido ao delegado, registrar um boletim de ocorrência. Mas, o delegado já estava sabendo de tudo e, ao invés de me auxiliar na aplicação do procedimento correto, o que ele fez foi continuar agredindo-me violentamente. Nesse instante, eu tive a ideia de pedir a ajuda do vereador em quem eu tinha votado na eleição imediatamente anterior. Outro erro, pois fui agredido e expulso da Câmara de Vereadores de Paulista, não pelo merda do vereador em quem eu tinha votado, Fernando Antônio, mas pelo merda do presidente da Câmara, que era o vereador Evandilson Monteiro de Farias. Com toda essa maré de azar, quem cuidou de mim, em minha doença, foi a minha irmã que estava grávida e, por isto, acabou contraindo a rubéola e como consequência, seu filho nasceu surdo-mudo.
Nesse clima de desassistência no qual ao vivo tudo falta e ao morto tudo sobra, teve o caso fatal ocorrido com a minha mãe. Ela foi vítima de um infarto na segunda-feira, dia 19 de junho de 2006 e, para não prestar-lhe socorro, todos a quem pedi ajuda para socorrê-la diziam que o problema da minha mãe era “gases”. Passei da segunda-feira, dia 19, até o sábado, dia 24 de julho, pedindo uma ambulância para socorrer a quem me deu a vida, para levá-la a um cardiologista, mas o responsável pelo setor de transportes da prefeitura, o mesmo que falara que o problema da minha mãe era “gases”, agendou uma vaga em um veículo da prefeitura, em péssimo estado de conservação, ainda para a segunda-feira seguinte. Mas, quando foi no domingo, dia 25 de junho de 2006, às 4:00h da manhã, a minha mãe acabou falecendo em meus braços.
Ainda tem o caso do meu tio, paciente de câncer já em estágio terminal. O médico requisitou um raio-x do pulmão na tentativa de saber a origem dos tumores cancerígenos para ver se tinha condições de fazer o tratamento à base de quimioterapia. Quando eu fui pedir a Zé Queiroga, genro do então prefeito e secretário responsável pelo setor, uma autorização para fazer o raio-x no meu tio, Zé Queiroga me falou que só autorizava o raio-x se o título eleitoral do meu tio fosse de Paulista para que ele votasse, sobretudo, no candidato a vereador que a prefeitura estava apoiando. Mas, não deu tempo de verificar o título eleitoral do meu tio, pois era dia do último comício da oposição e um indivíduo, conhecido pelo alcunha de Severino de Chico Braga, casado com uma pessoa da família do atual prefeito de Paulista, Severino Pereira Dantas, explodiu uma bomba na janela da enfermaria onde meu tio estava hospitalizado, o que acelerou a sua morte e Zé Queiroga economizou o dinheiro do raio-x.
Éramos moradores do meu amigo Abraão Xavier que, enquanto Secretário de Saúde de Paulista, reabriu o Hospital e Maternidade Emerentina Dantas e tinha um sobrinho, Márcio Xavier, que era candidato a vereador. Como todos da prefeitura queria que ninguém soubesse que o hospital de Paulista só foi reaberto com os esforços de Abraão Xavier e Zé Queiroga sabia que se o meu tio estivesse vivo votaria em Márcio Xavier para vereador, Zé Queiroga não autorizou o raio-x para fazer em meu tio e o deixou morrer à míngua, sem assistência, como deixou a minha mãe e tantas outras pessoas.
Da mesma forma que aquele que recebeu favores pode lembrar-se deles e aquele que os prestou deve esquecê-los, lembramo-nos dos serviços públicos, sobretudo, na área da saúde que não nos são prestados e, se essa não prestação de assistência acarretar na morte de um ente querido, fica ainda mais difícil de esquecer. Sendo assim, eu teria motivos suficientes para punir os responsáveis por todas as desumanidades que praticaram contra mim e contra a minha família, mas a manhã a pessoa receberá o pagamento pelo que fez hoje. Ainda sei que se fechássemos os olhos aos defeitos dos outros, tendo em conta apenas suas boas qualidades, acharíamos o bem e a benevolência em toda parte. Portanto, deve-se levar em consideração o esforço e a dedicação dos enfermeiros e enfermeiras do Hospital e Maternidade Emerentina Dantas, sobretudo, de Neuminha, de Renata, de Abraão Xavier, de Márcio Xavier, de Fábio Júnior e de tantos outros, além do estresse e da falta de reconhecimento dos bons médicos que, em muitas vezes, têm que atender de 80 a 100 pessoas por plantão quando o Ministério da Saúde determina que cada médico tem de atender a no máximo 16 pessoas por plantão. Isto para não falar das futricas políticas que há em Paulista com pessoas de má índole rotulando profissionais da Saúde e autoridades sem procurar compreendê-las. São muitas as vezes em que, por tratar-se de um serviço “público”, pessoas não valorizam nem respeitam os ocupantes de cargos.
Agora, como o ônus das provas cabe ao acusador e, como o acusado tem direito à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes, também para que não aconteça a outras pessoas o mesmo que, supostamente, aconteceu a Maria de Fátima Silva, o Ministério Público da Paraíba deveria apurar a procedência das denúncias, adotar as medidas legais cabíveis e, se for o caso, encaminhar o processo ao Conselho Regional de Medicina que é a medida mais correta a ser adotada, pois, segundo informações de pessoas ligadas à Direção do Hospital Emerentina Dantas, Dr. Guilherme estaria insatisfeito com o salário que recebe e, por isto, só atenderia aos pacientes que ele quisesse atender. Neste sentido, a Direção do Hospital  deveria demiti-lo por justa causa ou o próprio Dr. Guilherme ter a dignidade de pedir demissão. Por outro lado, depois de apuradas as denúncias e em se constatando a má fé por parte do acusador, ele deve ser responsabilizado de acordo com a lei e denunciado à Justiça por falso testemunho e falsa comunicação de crime.
Apenas para lembrar o Juramento do Curso de Medicina: “Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade. Darei como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão. Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade. A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação. Respeitarei os segredos a mim confiados. Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica. Meus colegas serão meus irmãos. Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes. Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza. Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra”.
Se Dr. Guilherme, o acusado, esqueceu-se do juramento supracitado, é bem provável que ele tenha feito o Curso de Medicina por correspondência ou comprado o seu diploma numa banca de camelô. Já que estamos no campo das suposições, um médico competente e de um futuro brilhante como Dr. Guilherme, se fez conscientemente o que se diz a seu respeito, ele deve sofrer de algum transtorno psiquiátrico ou de uma grande amnésia, algo semelhante a uma gonorreia cerebral. O porquê da aspereza das minhas palavras é que, se Dr. Guilherme não respeita o Juramento do Curso de Medicina, deveria ter o mínimo de respeito pelos cidadãos contribuintes deste município, pois foi quando seu pai, Dr. Abinete Vieira de Almeida, era prefeito de Paulista que Dr. Guilherme começou a estudar. Nestes termos, talvez, os recursos desviados da Pasta da Saúde, o que culminou no fechamento do Hospital e Maternidade Emerentina Dantas, quem sabe, tenham servido para efetuar o pagamento do Curso de Medicina pelo qual Guilherme é chamado de Doutor.

Autor: Abel Alves

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