terça-feira, 12 de junho de 2012

A TUA BELEZA

Quando perderes a tua “beleza”,
O teu “charme”, o teu “encanto”,
Encontrarás a pureza do pranto
No teu olhar triste em correnteza.
Mais triste que a própria tristeza,
Verás que a “beleza” é transitória.
Perderás o glamour, a paz e a glória,
A juventude, a razão e o sono
E viverás perdida, no abandono
Sem sentir o sabor da doce vitória.

Para sempre, serás uma derrotada,
Derrotada pela beleza e pela vida,
Pela vida triste e bem mal-vivida
Que, da vida, tu não fostes dotada.
Com a tua cara toda amarrotada,
Então verás nas tão-só tuas rugas,
Nas expressões que agora refugas,
Que a “tua” beleza é passageira,
Que a vida é “bela” e justiceira
E a justiça não será como te julgas.

Perderás o equilíbrio, a visão, a fala
E, na maldade de tantos fracassos,
Para dares apenas alguns passos,
Aí precisarás de uma boa bengala.
Aquela tua beleza apenas resvala
Na efêmera carcaça de quem nasce,
De quem respira e não vê o enlace
Da vida, da ilusão de ótica externa
Que não torna a tua beleza eterna
Mas valoriza as lágrimas na face.

Ao vires o que fora um belo rosto,
Diante de um verdadeiro espelho,
Verás a beleza como um conselho
Para que ele não seja decomposto.
Aos poucos, morrerás de desgosto,
Quando perderes o teu esplendor
E não suportarás a agonia da dor,
Sem ninguém que possa socorrer
Então, preferirás mil vezes morrer
Sendo um ser tão feio, tão sofredor.

Autor: Abel Alves
Celular: (83) 98023208
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Blog: http://abelmetacritica.blogspot.com

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