Todos os dias, de
manhã bem cedo,
Eu ouço “palavras
redentoras”
Proferidas
por metralhadoras,
Fuzis, granadas e
torpedos.
E fico morrendo de
medo
De perder meu “sopro
de vida”
Por causa de uma bala
perdida
Revelando-me seus
segredos.
O direito à vida, a
lei me nega.
Já não existe uma
esperança!
Se eu correr, a bala
me alcança
Se eu ficar, a bala
me pega.
Dizem-me que a
“justiça é cega”
Por não “ver” esta
miséria.
Eu sou “um nada de
matéria”
Que só a bala não
renega.
A hostil inópia vem
me dizer
Que a morte é o
melhor conforto
Para quem já está
morto
Sem ter razões para
viver
E se um dia alguém
perceber
Estas injustiças
sociais
Então será tarde
demais
Para voltar e se
arrepender.
Só as inócuas valas
decompositoras
Na lúgubre favela
empobrecida
Esperam-me a carcaça
abatida
Pelas mecenas balas
destruidoras
Formando-se uma
eterna aliança
Entre o “ser” e a
meiga bactéria,
Tornando-se a decisão
mais séria
De nunca voltar a ser
criança.
A integrar meros
dejetos carnais,
Eu almejo ser um
aborto!
A ter sobrevida, no
desconforto,
Eu aspiro não nascer
mais!
Autor: Abel Alves
Celular: (83)
98023208
E-mail:
abelmetacritica@hotmail.com
Blog: http://abelmetacritica.blogspot.com
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