sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

REPUBLIQUETA DA COBIÇA


Brasil, terra de ninguém,
Republqueta sem dono,
Retrato do abandono
De um povo refém.
Refém do crime organizado
Por causa da impunidade
Que gera a impunidade
Do bandido engravatado.

Brasil, da propaganda enganosa,
No mínimo, do “mínimo” irrisório,
Do testa-de-ferro, bode-expiatório,
Do caixa 2, da política sebosa.
Sebosa por obediência à “norma”
Não de um sistema abrupto,
Mas de um esquema corrupto
Da senil quadrilha que se forma.

Brasil, do enriquecimento ilícito
E da desonestidade perene,
Onde não há quem condene
O banditismo crescente, explícito.
Explícito nas CPIs parlamentares,
Que servem apenas de engodos
Para formalizarem os acordos
Sobre os roubos suplementares.

Brasil, país do famoso “mensalão”,
Moeda corrente do Congresso,
Onde se rouba em prosa e verso
Desde o primeiríssimo escalão.
Escalão de políticos desonestos
Que exercem “seus” mandatos
Praticando crimes, estelionatos
Com os gestos tão indigestos.

Brasil, de conflitos internos
No Congresso e na Presidência,
Propugnáculos da violência
Dos cangaceiros modernos.
Modernos são problemas antigos,
Contagiosos da corrupção,
Que fazem de nossa nação
Território amigo dos inimigos.

Brasil, coluio de predomínio
Da máfia das propinas
E da cultura das chacinas
Pelos grupos de extermínio.
Extermínio da vida humana
Por algozes mafiosos,
Nepotistas e mentirosos
De mentalidade profana.

Brasil, rota dos traficantes,
Latrocidas e sequestradores,
Paraíso dos estupradores,
Pedófilos e maus governantes.
Governantes execráveis
Sem brio e sem nobreza
Que molestam a pureza
Das crianças “miseráveis”.

Brasil, berço da ditadura
Travestida de democracia
Que massacra a cidadania
Com a prática da tortura.
Tortura física e mental
Dos que lutam pela justiça
Na republiqueta da cobiça:
Tétrica masmorra nacional.

Autor: Abel Alves

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