Cientistas da
Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, informaram nesta quarta-feira,
dia 22/08/2012, a primeira evidência em humanos de que o consumo de bebidas
alcoolicas aumenta o risco de alguns tipos de câncer, como o de esôfago.
A descoberta surge
quase 30 anos depois dos primeiros estudos que levantaram a possibilidade de um
elo entre o álcool e tumores. Os resultados foram apresentados no 244º Encontro
Nacional da Sociedade Americana de Química.
Segundo a autora
Silvia Balbo, que liderou o trabalho, o corpo humano metaboliza, ou seja,
quebra as moléculas de álcool contidas em cervejas, vinhos e destilados. Uma
das substâncias formadas a partir desse metabolismo é chamada de
"acetaldeído", que tem estrutura semelhante a um conhecido composto
cancerígeno, o "formaldeído", ligado a tumores nos pulmões, nariz,
cérebro e sangue (leucemia).
Por meio de experimentos
em laboratório com voluntários, os pesquisadores observaram que o acetaldeído
também pode danificar o DNA, agindo como um agente cancerígeno. Todavia, ficou comprovado que até 30% dos asiáticos não têm enzima capaz
de inibir os danos do álcool ao DNA.
Para testar a
hipótese, dez voluntários tiveram que beber doses crescentes de vodka (até
três) uma vez por semana, durante três semanas. Os pesquisadores descobriram
que, horas após a ingestão de álcool, os níveis de alterações no DNA aumentavam
até 100 vezes nas células da boca dos indivíduos, e diminuíam depois de 24
horas. O mesmo efeito foi observado nas células sanguíneas.
De acordo com Sílvia,
a maioria das pessoas tem um mecanismo de proteção natural altamente eficaz
contra o efeito do álcool no DNA – uma enzima chamada "desidrogenase"
converte o acetaldeído em acetato, uma substância relativamente inofensiva. No
entanto, alguns são mais suscetíveis a terem problemas.
Entre esse grupo,
estão 1,6 bilhão de pessoas de origem asiática que não têm essa enzima. Além
dos orientais, alguns americanos (incluindo nativos do Alasca) apresentam uma
deficiência na produção da desidrogenase.
Os cientistas dizem,
no entanto, que a maior parte dos indivíduos não desenvolverá câncer por beber
socialmente, mas é importante lembrar que o álcool traz outros problemas de
saúde ao fígado, cérebro e outros órgãos e aumenta os riscos de acidentes no
trânsito.
Autor:
Abel Alves
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