terça-feira, 12 de junho de 2012

NO SOLO DA SOLIDÃO

Em teu coração não me coube,
Em tua vida não me cabe
Foi sonhando que eu soube
Amar-te como ninguém sabe.

Vivendo sozinho não se consegue
Ser um ser feliz por inteiro.
Só quando sigo, sou entregue
Ao amor com rastro e “roteiro”.
Preciso de alguém que me regue
No canto desértico desse “canteiro”.
Pois, plantado no solo da solidão,
Sou uma planta sem raiz!
E os meus desejos é que me dão
A sina de ser tão infeliz.

Em teu coração não me coube,
Em tua vida não me cabe
Foi sonhando que eu soube
Amar-te como ninguém sabe.

Antes, eu tinha o brilho da vida,
Hoje, apenas a dor da saudade,
Uma ilusão, talvez distorcida:
Triste lembrança da felicidade
Que se perdeu na adversidade
Relativa do meu drama.
Mas, mantenho acesa a chama
Do amor, que tudo supera,
Amando a quem não me ama.
No coração, razão não impera.

Em teu coração não me coube,
Em tua vida não me cabe
Foi sonhando que eu soube
Amar-te como ninguém sabe.

Assim, aspiro sofrer sozinho.
Não te induzirei ao sofrimento,
Não te colocarei em meu caminho
De angústia, desventura e lamento,
Porque o meu pensamento
É ser bem mais que teu amigo:
Salvar-te-ei de qualquer perigo,
Devotar-te-ei a minha proteção.
Para sempre estarei contigo
De corpo, alma e coração.

Em teu coração não me coube,
Em tua vida não me cabe
Foi sonhando que eu soube
Amar-te como ninguém sabe.

Não quero interferir no destino,
Tão-somente sonho e sobrevivo
Ao um grande amor clandestino
Em meu sonho intempestivo
Que desde sempre mantém ativo
O amor mais puro que existe.
A deixar-te, por um segundo triste,
Eu prefiro, mil vezes, morrer.
Se a minha tristeza ainda persiste,
Em sonho tu vens me socorrer.

Em teu coração não me coube,
Em tua vida não me cabe
Foi sonhando que eu soube
Amar-te como ninguém sabe.

Meus sonhos são tão firmes
Quanto montanhas, em cadeias.
Mesmo que um dia tu confirmes
Que desde sempre me odeias.
O sangue corre em minhas veias
E o amor não me deixa abandonado
Pois, enquanto fico aprisionado,
Odiado, meu coração se reveste
Do sentimento mais sagrado
Do amor que tu nunca me deste...

Em teu coração não me coube,
Em tua vida não me cabe
Foi sonhando que eu soube
Amar-te como ninguém sabe.

Se não amava para não sofrer,
Agora eu sofro por te amar.
Amando-te, assim vim aprender,
Desprezando-me, vieste me ensinar
Que bem antes de tudo terminar
Proteger-te-ei com o meu escudo:
Aprendo que é no sonho “absurdo”
Em que sou feliz completamente.
Sonhar é bem mais que tudo,
Tudo é meu sonho imanente.

Em teu coração não me coube,
Em tua vida não me cabe
Foi sonhando que eu soube
Amar-te como ninguém sabe.

E sonhei que estava sonhando
E, no sonho que eu sonhava,
Tu é que estavas me amando
Tanto quanto eu te amava
E me devolvias o que eu te dava,
Aparecendo-me como não pareces.
No sonho, tu me amavas em preces.
Acordei do sono e do sonho.
Descobri: o amor que me ofereces
Difere-se do que eu te proponho.

Em teu coração não me coube,
Em tua vida não me cabe
Foi sonhando que eu soube
Amar-te como ninguém sabe.

Autor: Abel Alves
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Blog: http://abelmetacritica.blogspot.com

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