Vou
escarrar e vou cuspir,
Eu
vou cagar na cara
Do
cara que não me encara
E
está querendo fugir.
Vou insistir e persistir
No
grito que declara:
Eu
vou descer a vara
Em
quem não quer me ouvir.
Vou
escarnecer e provocar
E
impor minha vontade,
Vomitar
toda a verdade
Sem
parar de incomodar.
Vou
aborrecer e insultar
Esta
pútrida sociedade,
Déspota,
chistosa e covarde
Que
me aspira sojigar.
Vou
despertar ódio e rancor
Na
metástase da crença,
Ser
pior que a doença
Que
dizima sem dó nem dor.
Sem
o mínimo de pudor,
Eu
é que faço a diferença
Sem
jamais pedir licença
Para
ser provocador.
Eu
vou cometer loucura,
Hei
de causar transtorno
Pois,
não quero o retorno
Da
impiedosa desventura.
Eu
vou quebrar a jura
Que
gira sempre em torno
Do
silêncio de adorno
Que
me leva à sepultura.
Eu
vou fazer barulho
De
maneira não sutil,
Vou
mexer com o Brasil,
Meretrício
de entulho.
Vou
fazer um embrulho
Desta
merda lerda e vil
Que
não passa de covil
No
apróbrio do orgulho.
A
eutimia é quem agride
O
escarcéu que vangloria
O
poder da rebeldia
Que
estimula e progride
E
quando se negride
A
efêmera histeria,
A
prolixa hipocrisia
Prolifera
assaz e regride.
Eu
somente acredito
Na
eficácia da fúria,
Na
discrepância da injúria
E
na excelência do meu grito
Que
transcende o infinito
No
desafio da lamúria
Com
a pena da penúria
Da
ditadura que dito.
Autor:
Abel Alves
Nenhum comentário:
Postar um comentário